A Polícia Civil, através da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor, deflagrou, hoje, a Operação Cleópatra para cumprimento de um mandado de prisão, seis de busca e apreensão e bloqueios de bens com alvo em um esquema de pirâmide financeira que causou prejuízo a dezenas de vítimas em Cuiabá. São cumpridas as ordens judiciais em Cuiabá, Jaciara, Rondonópolis e Sinop.
Entre os alvos da operação está uma empresária, apontada como líder do esquema criminoso, e que se apresentava como especialista em investimentos. Ela teve o mandado de prisão cumprido no aeroporto de Sinop, quando desembarcava de uma viagem ao nordeste. As buscas resultaram na apreensão de uma caminhonete Ford Ranger e de diversos documentos que serão analisados na continuidade das investigações.
De acordo com a assessoria da Polícia Civil, aliados à empresária estavam um médico e um ex-policial federal que também são alvos da operação. Os investigados respondem por crime contra a economia popular, crime contra as relações de consumo, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A investigada, proprietária de uma empresa de investimento em Cuiabá, usava as redes sociais para atrair as vítimas, “se mostrando uma pessoa jovem, bonita, bem-sucedida, articulada e especialista em investimentos financeiros”, informou a Polícia Civil, através da assessoria. Com argumentos envolventes e com promessas de lucros de 2% a 6% por dia, dependendo do valor investido, a empresária convencia as vítimas a fazerem investimentos de altos valores, superiores a R$ 100 mil iniciais, em ações, entrando em um verdadeiro esquema de pirâmide financeira.
As vítimas recebiam o retorno financeiro nos primeiros meses, incentivados a fazer novos investimentos, porém, após algum tempo, a empresa deixou de pagar os lucros para as vítimas. Ao solicitarem a devolução dos valores investidos, a empresária inventou desculpas até deixar de responder completamente às vítimas.
“O ex-policial federal, que foi casado com a investigada, era o gestor de negócios da empresa e o médico atuava como diretor administrativo da empresa, formando um grupo criminoso, que destruiu o planejamento familiar de dezenas de vítimas, inclusive de amigos e familiares dos investigados”, apontou a polícia.
Segundo o delegado da Decon, Rogério Ferreira, até o momento os prejuízos às vítimas chegam a R$ 2,5 milhões, porém pode ser muito superior a esse valor, uma vez que certamente há outras vítimas que não registraram a ocorrência.