![Faccionado condenado a 245 anos de prisão é transferido da PCE para o Paraná](https://www.mtfoco.com.br/upload/2/1217/67a69127c61c6f6560.jpg)
Um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho, Leonardo dos Santos Pires, 34, foi transferido para uma penitenciária federal no Paraná. Ele estava preso no raio de segurança máxima da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. Mesmo detido, ele continuava ordenando crimes.
A transferência foi requisitada pela Polícia Civil e pela Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) diante do perigo representado pelo detento. Conhecido pelo apelido de "sapateiro", ele é condenado a mais de 245 anos por dezenas de delitos graves, entre eles o homicídio de uma mulher gestante.
A solicitação para a remoção obteve parecer favorável do Ministério Público Estadual e foi acatada pelo Poder Judiciário de Mato Grosso.
A transferência faz parte do pacote de medidas "Tolerância Zero", contra o crime organizado, do Governo do Estado.
Crimes e penas
Leonardo dos Santos Pires foi investigado em inquéritos, a maior parte deles em Sinop, onde ordenou diversos homicídios. Na investigação mais recente, ele foi alvo da Operação "Follow the Money", da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Sinop, que apurou a atuação de uma facção criminosa na lavagem de dinheiro vindo do tráfico de drogas.
Um dos crimes ordenados por Leonardo foi o homicídio que vitimou Marina Azevedo Campos, 17, e o companheiro dela, Guilherme Felipe Oliveira de Moura, 22.
O crime ocorreu em julho de 2022, no Loteamento Altos da Glória, em Sinop. Conforme investigação da Polícia Civil, o alvo era Guilherme, mas Marina também acabou morta. Ela foi encontrada na cama do casal e Guilherme alvejado na cozinha da casa.
Pelos homicídios do casal, Leonardo foi condenado a 42 anos de reclusão.
Outro crime de repercussão, também ordenado pelo "sapateiro", foi o assassinato do jogador de futebol Willian Sant’Ana, em setembro de 2021. A vítima teve a residência invadida por cinco criminosos armados e levada por eles. O corpo de Willian foi encontrado pela Polícia Militar nas proximidades da BR-163, em uma área de mata. Willian foi executado depois de ter a morte decretada por uma facção criminosa, supostamente por ser apontado como autor de um estupro, fato que não foi comprovado na investigação.
O mandante e 5 executores foram identificados nas investigações da Polícia Civil. Em novembro de 2023, o grupo foi julgado na Comarca de Sinop e recebeu penas que somam 122 anos. Leonardo teve a maior condenação, de 40 anos de reclusão.